terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mãe é Mãe?

Quarta-feira, 8 de Abril de 2009

Desde pequena a gente escuta que mãe é uma instituição sagrada. Que mãe só tem uma. E que com mãe não se mexe. Ai de quem fala mal da mãe!!! A gente passa a vida ouvindo isso. E se perguntando até onde é verdade.
Quando eu era adolescente e vivia torrando minha mãe com besteiras, ela me dizia: “vc só vai me entender quando for mãe”.
E eu retrucava (porque adolescente que se preze tem uma língua afiadíssima): “quando eu for mãe, vou ser uma mãe legal e não como você”.
E agora que eu sou mãe realmente percebo coisas que jamais seriam nítidas naquela época. Agora que já passou um bom tempo após minha adolescência eu percebo o quanto minha mãe foi e é legal. Maravilhosa. Forte, determinada, trabalhadora. Uma leoa dentro e fora de casa. Afinal, não deve ser fácil ter que voltar para a casa dos pais, admitindo que o casamento não deu certo e ainda, com um bebê de 2 anos e meio. Seria como se eu tivesse que voltar para a casa dela hoje, com o Vini a tiracolo e a cabeça baixa. Só de pensar que ela viveu esta situação, fico trêmula.
E mais do isso: ter que começar de novo, do zero. E vencer. Sim, pq minha mãe é uma vencedora. Tudo o que ela tem, mesmo que não seja muito, é e foi o suficiente para me oferecer o bom e o melhor. Ela venceu na vida e venceu a vida. Sim, porque a vida muitas vezes tenta nos passar para trás. Mas ela conseguiu seguir adiante. E me criou (e posso dizer que me cria até hoje) com diretrizes que norteiam todos os meus caminhos. Há alguns anos eu me achava adotada, pq olhava para minha e mãe e não encontrava um resquício sequer dela em mim. “Como mãe e filha podem ser tão diferentes?”, eu pensava o tempo todo. Principalmente quando ela me dizia “não” para aquela viagem, namorico ou passeio que eu queria muito.
Hoje, quando me vejo cuidando da minha casa, do meu marido e principalmente do meu filho, eu percebo o quanto sou parecida com ela. O quanto existe dela em mim. Não é só fisionomia. É instinto de proteção. É amor e zelo. É a chatice em forma da palavra NÃO. Eu recrio as situações que vivi e me vejo falando os mesmos “nãos” para o meu filho. Me vejo angustiada pensando em como será quando a hora estiver passando e ele não ter chegado em casa.
Eu sou casada, tenho minha casa, minha vida. Teoricamente, sou independente. Mas agora, quando só vejo minha mãe aos fins de semana, eu percebo o quanto sou dependente dela. Eu morro de saudade. Eu sinto falta de jantar ao lado dela. Eu sinto falta dela falando: “Comprou mais roupa, Denise?”. Ou então, dela brigando comigo porque meu quarto era uma bagunça, que ela não sabia de onde eu tirava tanta desorganização, etc, etc, etc. Coisas de mãe. Coisas que eu amo.
Estou falando tudo isso porque precisei resolver um problema e minha mãe foi comigo. E nós tivemos uma noite maravilhosa, de amigas: mãe e filha. Em 30 minutos resolvemos o que precisávamos e fomos passear. Fizemos compras, fomos jantar fora, batemos papo. Rimos. Conversamos. Falamos da nossa vida e da dos outros. E quando eu a deixei em casa e fui embora, senti um vazio enorme dentro de mim. Uma vontade enorme de ficar ao lado dela, de vê-la ir dormir.
Saudade da minha mãe. A mãe mais legal do mundo.
A mãe que eu quero ser pro Vinícius.