terça-feira, 29 de setembro de 2009

Chorona de plantão

Quarta-feira, 20 de Maio de 2009

A minha fama é mais do que conhecida: sou a manteiga oficial da família e a “maria-chorona” na roda de amigos. Já ouvi centenas de piadinhas sobre isso, inclusive a clássica: “esta chora até em inauguração de poste”. Eu choro ao assistir novelas (principalmente os últimos capítulos), filmes e seriados. Choro também quando estou conversando com alguém que começa a chorar, choro lendo textos bonitos, choro de saudades, de alegria e de tristeza. Casamento então, é um lugar em que eu já entro chorando! Já me peguei chorando até por pessoas que eu desconheço, mas que as histórias me emocionam. Inclusive, eu também chorei quando fui demitida de uma empresa que eu não queria mais trabalhar! Vai entender...



No dia do meu casamento, eu entrei na igreja chorando. E, como eu não queria chorar, comecei a tentar sorrir, fazendo caretas inimagináveis! Para disfarçar, enquanto eu estava entrando, mandei um beijo para a minha vó! Que figura!!!


Quando meu filho nasceu, eu entrei na sala de cirurgia aos prantos, de tanto medo do que estava por acontecer. E depois que ele nasceu, chorei de alegria. Aliás, lembro que também chorei no meu chá-de-bebê, uma semana antes do parto...


Por mais que eu saiba – e aceite ser esta manteiga derretida – nem sempre eu gosto desta situação. Porque não é sempre que eu quero chorar ou, pelo menos, quero que me vejam chorando. Não é legal estar conversando sobre um assunto triste e chorar junto com a pessoa quando a sua missão é alegrá-la. Ou então chorar vendo um comercial na TV, quando tem um monte de gente assistindo contigo. Ser chorona, algumas vezes, dá um pouco de vergonha, porque o choro vira fútil. Como dosar a real emoção do momento se a pessoa chora porque não consegue abrir um pote de maionese e chora porque viu o filho dar os primeiros passos? Eu realmente não sei, mas sei que choro!


Eu fico em prantos quando leio o livro Pai e Filho, de Tony Parsons, mesmo que eu já o tenha lido 8 vezes. Eu sei o que vai acontecer, conheço a história, mas a cada lida, encontro uma coisa que não tinha percebido, dou um novo rumo para o meu olhar e choro, copiosamente.


Outra cena clássica, foi no amigo secreto do ano passado. Eu tirei o Lê, meu marido, como amigo secreto. E na hora em que a gente tem que dar dicas sobre quem é a pessoa, eu comecei a descrevê-lo e chorei! Lembro que falei e chorei de tal forma que a até uma amiga nossa, que estava na brincadeira, chorou junto... outra manteiga! :o)


A minha última cena de choro “engraçada” foi na semana passada. Fomos ao aniversário da filha de uma amiga minha, que não vejo pessoalmente há pouco mais de um ano, mas que falo diariamente pelo MSN. Pois foi assim: eu cheguei à festa, olhei para ela e comecei a chorar! Tinha um monte de gente na festa, eu não queria chorar, não queria que me vissem, mas lá estava eu, enxugando os olhos!


Tem dias em que eu gostaria de ser mais razão e menos emoção. Encontrar aquela sutil linha do equilíbrio entre as duas que eu, definitivamente, não consigo ter. Minhas conversas são sempre carinhosas, minhas discussões são melodramáticas, minha raiva é momentânea – e vira mágoa – e meu amor é extremamente excessivo. Eu não gosto de alguém: eu amo. Eu não sou indiferente: eu detesto. Minhas emoções vão ao extremo e, por mais que isso seja bom porque eu sou muito verdadeira, me expõe de uma forma que me deixa desconfortável e muito vulnerável.


Acredito que ter identificado isso seja um grande passo para trabalhar com esta choradeira toda. Mas, enquanto isso não acontece, continuo aqui, chorando com tudo aquilo que balança o meu coração. Hoje mesmo eu chorei revendo a cena em que o Chandler e a Mônica se casam, no seriado Friends. Foi um choro gostoso e divertido, como é o próprio casal em questão.


Enfim, esta sou eu: uma verdadeira manteiga derretida!


Sem chorar, por favor! :o)