quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cedo ou Tarde

Diante de dias extremamente difíceis e de uma perda irreparável na minha vida, alem de ficar o dia todo pensando na minha amiga que se foi, não me sai da cabeça uma música chamada "Cedo ou Tarde", do NX Zero.

Ouvi o vocalista dizer que a letra foi feita em homenagem ao pai de um dos integrantes da banda, que também partiu cedo demais, e agora tenho feito desta letra o meu consolo.

Nunca pensei que viveria dias tão tristes, que sentiria um vazio tão absurdamente oco no peito. É como se todos os dias fossem iguais. A gente tenta rir e tocar adiante, afinal, a vida continua, mas quando eu fico sozinha bate aquela angústia.

Será que um dia este sentimento vai ter fim? Será que essa dor cessa?

Em respeito e amor ao meu filho, estamos tocando adiante sua festa de aniversário, fechada e prometida desde julho passado. De algum lugar tiraremos forças para esta comemoração, principalmente porque eu sei que era isso o que ela queria que fosse feito.

Tania, minha amiga tão querida, me sinto só, mas sei que não estou pois levo você no pensamento... cedo ou tarde a gente vai se encontrar, tenho certeza numa bem melhor.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Go home

Uma das músicas que eu mais gosto da Legião Urbana é "Por enquanto".
Eu sei que ficou mais conhecida - e boa também - com a Cássia Eller, mas eu sou das antigas e para mim será sempre Legião.

Por que estou falando disso? Neste momento absurdamente monótono da minha vida tudo o que consigo pensar é que realmente mudaram as estações e nada mudou. Mesmo estando tudo assim, tão diferente.

Você também tem esta sensação de que o sempre, sempre acaba? Quantas coisas você jurou ser pra sempre e hoje nem lembra mais? Quantas amizades, quantos amores, quantas decisões, quantas dietas? Nem consigo contabilizar.

Confesso que já falei muito "pra sempre" e nem lembro pra quem. Efêmera como todo ser humano, portanto, não me crucifique. No entanto, entre tantas coisas iguais que parecem diferentes, me ocorre uma felicidade absurda por estar indo para a casa do meu pai.

Viajar, novos ares, nova casa e o melhor: meu pai, só meu, só pra mim. A casa dele é nova, vou conhecer e também será a primeira vez do meu filho no Rio de Janeiro.

Mesmo assim, como na música, o sentimento é o mesmo: "agora tanto faz, estamos indo de volta pra casa".

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O Balanço


Não tem como fugir do lugar-comum. Começo de ano é hora de reavaliar, repensar, rever, re re re...
Desta vez, para mim, é diferente por um único motivo: 2011 foi um ano muito ruim. Tive pouquíssimas alegrias e muitas, muitas tristezas.
Vi pessoas com quem cresci e convivi irem embora antes da hora, sofri muito com a doença de uma pessoa que amo muito, fiz uma péssima troca de emprego, não estudei o que queria estudar, não emagreci o que queria emagrecer, não viajei para onde tinha planejado, não mudei de casa, não fiz a festa de 30 anos que havia planejado, não não não.

2011 foi cheio de nãos.

Sendo assim, fica fácil pra 2012 ser bom. Ele nem tem que superar muita expectativa – é só ser básico e mais positivo.

Está dada a largada.  

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ela

Todo mundo sempre esperava por sua chegada. Ela era a pessoa que animava, que resolvia, que unia. Não tinha encontro sem ela, não havia planos sem que ela dissesse como fazer. Porque ela sempre soube mais do que todo mundo. E sempre soube conduzir.
Tinha defeitos, claro e, às vezes, as pessoas falavam sobre certas atitudes. Mas ela nem ligava, parecia - e realmente era - indiferente a isso. Personalidade forte.
Mãe, esposa, amiga, tia, madrinha, irmã. Tudo isso numa pessoa só. E ainda usava salto, trabalhava fora e comandava a casa. Todo mundo a via como o alicerce daquela família.
Até que um dia, Deus – se é que ele realmente existe – decidiu acabar com isso. Deve ter tido os seus motivos - e ninguém nunca entendeu quais. De uma hora para a outra, tirou-lhe a dignidade e deu-lhe o pior de todos os castigos: aquele que não tem cura. E não houve dinheiro neste mundo que conseguisse reverter esta situação.
Parece que quando Deus decide desmoronar a vida de alguém, ele não faz meio serviço.
No começo havia esperança, luz. E ainda era possível tirar-lhe alguns sorrisos. Ainda era possível tentar reunir as pessoas à sua volta e tentar ver a vida como ela era antes deste turbilhão. Mas Ele não estava para brincadeira. E pouco a pouco foi lhe tirando o brilho, a dignidade, a força e enfim, quase lhe tira a vida.
O que Ele não esperava é que contra a Sua vontade há um batalhão de pessoas. Gente esperando que ela ganhe esta batalha e que está torcendo, com todas as forças possíveis, para que este pesadelo acabe logo. Este Deus tão misterioso não conseguiu tirar algo do coração dela e nem dos que a amam: a esperança.
A dignidade de alguém se mede em quê? Eu não sei dizer. Sou mera espectadora desta história que espero que tenha um fim sem dor. Mas eu sei que ela é mais forte do que isso. As pessoas sentem suas dores quando a olham e se pudessem, dividiam-na para que ela sofra menos. Se isso não é amor, eu não sei o que pode ser. E desde pequena a gente escuta: só o amor vence. Diziam também que a fé move montanhas – mas esta ninguém tem mais. Resta o amor e a esperança.
Nosso desejo é que num futuro próximo todos parem de usar verbos no passado para se referir a ela. Porque ela está aí, vivendo, lutando. E esta esperança ninguém pode nos tirar.