terça-feira, 29 de setembro de 2009

Meu "caso" com S. Pedro

Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009


Eu já estava com a ideia pronta na cabeça sobre o que escrever hoje, tinha até feito um esquema, mentalmente, sobre como eu destrincharia o texto. Mas o dia amanheceu como ainda está agora: nesta chuva absurda. E, nem por um minuto hoje, eu olhei pela janela e vi que a chuva tinha parado. E então eu confirmei o que já me perguntava há algum tempo: é verdade, São Pedro tem sérios problemas comigo.



É que, para quem não sabe, hoje é meu aniversário (eba!!! amo fazer aniversário!!). E, como acontece há 28 anos, está chovendo nesta data. Daí você deve se perguntar: como ela sabe que estava chovendo há 28 anos, se tinha acabado de nascer? E eu te respondo: histórias que a vida conta, meu caro...


Diz minha mãe que, na terça-feira, dia 22 de setembro de 1981, ela estava na casa da minha avó quando sentiu que a bolsa estourou. Depois da correria com a única filha mulher da minha avó e primeiro neto que estava a caminho, conseguiram se organizar e levá-la para o hospital. Mas que a dificuldade aumentou ainda mais porque fazia um tempinho pra lá de chato neste dia, com uma garoa e muito frio. Eis que eu não quis nascer neste dia, enrolei a noite toda e resolvi nascer só no dia seguinte, às 7h30 da manhã, ainda de parto cesárea – o que foi um espanto para minha mãe na época. E, neste dia 23 de setembro, que marca o início da primavera, estava chovendo muito. Até pedrinhas, diz o meu pai. E foi sob esta chuva torrencial que eu nasci e é sob esta chuva que venho comemorando meus aniversários desde então.


Lembro de uma festa que minha mãe fez pra mim, nos meus 7 anos. A festinha foi na casa da minha avó, onde morávamos, e tinha um quintal enorme no fundo, onde todos os meus amigos e eu queríamos brincar e dançar com o meu novo presente: o disco da novela “Carrossel”... (ai meu Deus!!!) A ideia era todo mundo dar as mãos e pular dos banquinhos quando a música tocasse: “embarque neste carrossel...”. Mas ninguém conseguiu aproveitar a festa, que foi frustante, com todo mundo dentro de casa, na sala, ouvindo o disco, porque lá fora, S. Pedro não dava trégua. Fiquei traumatizada...


Bons anos depois, quando eu tava planejando meu casamento, disse que gostaria de casar no frio, pra maquiagem não ficar derretendo, não sair suada nas fotos, enfim, porque no inverno as pessoas ficam mais bonitas. Acontece que eu marquei meu casamento pra outubro e, óbvio, tava calor. Um dia antes do meu casamento foi tido como o dia mais quente daquele ano, pra você ter uma ideia. Então você me diz: se estava todo este calor, não choveu no seu casamento né? E eu te respondo: resposta errada!


Dia 14 de outubro de 2005 choveu. Choveu muito. Claro que não choveu durante o dia. Começou chover às 19h00, quando eu estava saindo do meu dia da noiva para ir pra igreja. Eu não tenho fotos entrando no carro alugado – e carésimo – porque não dava pra tirar foto da noiva correndo, tentando entrar no carro com o guarda-chuva. E também não tenho foto saindo do carro, na porta da igreja, porque os seguranças tiveram que me ajudar a sair do carro, com seus enormes guardas-chuva, para não molhar meu vestido e estragar meu cabelo. Eu entrei na igreja ao som da marcha nupcial e trovoadas.


Outros anos depois, quando meu filho nasceu, nem preciso dizer... Fui pra maternidade sob garoa e saí, 3 dias depois, embaixo de chuva. E no primeiro aniversário dele todo mundo chegou atrasado porque estava chovendo. No segundo, nem comento... plena sexta-feira na cidade de São Paulo, sob chuva forte.


Dizem por aí que chuva significa sorte. Em quê, eu não sei, mas dizem que é sorte. Espero que seja mesmo, porque senão, vou começar a bater um papo com São Pedro, pra ver quais são seus problemas comigo.


O que eu sei é que hoje estou comemorando mais um aniversário embaixo de chuva e com frio. Mas estou feliz porque estou aqui, ao lado das pessoas que eu realmente amo, podendo dividir este texto e minhas histórias, recebendo os parabéns e o carinho dos amigos que eu sei, são verdadeiros. Taí, acho que descobri qual é a minha sorte: poder comemorar mais um ano de vida com tantas amizades tão verdadeiras.


E que venha a chuva!

An? Ahan... Nãn...Huumm...Ai!

Quarta-feira, 2 de Setembro de 2009

Eu acredito que, salvo ficar em posição ginecológica, não tem coisa mais chata do que ir ao dentista. É um daqueles mal-necessários que a gente adia até não poder mais – ou não aguentar de dor. Eu detesto ir ao dentista. Sério mesmo. Fico com medo só de lembrar do barulho do bendito motorzinho e aquele cheiro do consultório me dá calafrios.



Eu pensei nisso tudo quando meu pai me incentivava a estudar odonto, seguindo o exemplo da esposa dele. Segundo ele, era uma profissão que dava dinheiro e era boa, não tinha porquê eu não fazer. Nesta mesma época, a Amanda, minha grande amiga da época do colégio, estava se preparando para prestar vestibular para odonto também e me incentivava a ir com ela. Hoje agradeço imensamente a mim mesma por não ter dado ouvidos às pessoas. Porque eu detesto ir ao dentista. Eu sei que estou sendo repetitiva, mas não posso correr o risco de que você, meu caro leitor, não entenda a ênfase do quanto eu detesto ir ao dentista.


É um conjunto de fatores que formam toda esta ojeriza. Começa primeiro, claro, pela dor. Sim, porque você só se convence de que precisa ir ao dentista quando aquele dente não passa mais despercebido. Ele dói, incomoda e não te deixa nem comer as coisas que você mais gosta. Ou seja, você já vai ao dentista com raiva. Chegando lá, você deita em uma cadeira que tem tudo para ser confortável, mas que é só encostar nela para sentir como se estivesse deitando em pregos. Depois, vem aquela luz bem no seu rosto. O dentista ajeita para sua boca, mas não tem jeito, você mal abre os olhos. Daí, você abre a boca e fica ali, “totalmente confortável”, sem conseguir engolir a saliva, mal respirando pela boca e com a bochecha doendo. Enquanto isso, o dentista pega todos aqueles equipamentos assustadores e começa cutucar partes que nem você conhece da sua boca. E é bem nesta hora que ele começa a te perguntar: “aqui dói?”


E cabe a você, pobre mortal com dentes podres, se entregar ao profissional e responder míseros: ahan, nãnã, hum hum, ai! E, mais engraçado do que isso, é que eles entendem o que você diz! Talvez, na faculdade, eles tenham aula de “desvendando a oratória de uma boca cheia de algodão”.


Estou falando tudo isso porque, neste fim de semana, como eu havia dito no post anterior, eu fui à Brasília, comemorar o aniversário do meu sobrinho. No meio da viagem eu senti o siso (sempre ele!) me incomodar. Parecia que estava nascendo outro. Foi ficando cada vez mais insuportável e, chegando lá, para minha sorte (ou azar) a irmã da minha cunhada é dentista. Pessoa boníssima a quem eu quero muito bem e por quem tenho um carinho enorme. Mas, é dentista...E com a maior boa vontade ela se ofereceu a ver o que eu tinha. Lá fui eu – já que a dor era maior que o desejo de dizer não. E, com todo o cuidado do mundo, mas ainda agindo como uma dentista, ela me deu o diagnóstico. Não lembro o nome, mas é algo na gengiva. Para sarar: remédios e bochechos. E aqui estou eu nesta jornada, cuidando, por obrigação, dos benditos dentes.


Quando será que vão inventar equipamentos mais bonitos e menos assustadores para os dentistas? E quando será que os produtos para bochechos terão gosto bom?


Depois de passar por todo o sofrimento de ir ao dentista, vem, talvez o maior sofrimento de todos: pagar a conta. É como se ele começasse a obturar – a frio e sem anestesia – todos os seus dentes de uma só vez! Você assina o cheque com uma dor no coração. E sai dali direto para o cardiologista! Pelo menos, lá, não tem motorzinho!

Apenas mais uma de amor

Quarta-feira, 19 de Agosto de 2009

Eu achei que o tempo tinha me deixado imune em relação a você. Aqueles sentimentos controversos, que me confundiram durante toda a minha vida pareciam coisa de um passado distante, confundido até, talvez, com egoísmo e imaturidade juvenil.



Eu realmente acreditei que o tempo e os rumos de nossa vida tivessem deixado aquelas sensações para trás e que, além de você não poder mais me fazer nenhum mal, você também não teria mais esta intenção, se é que algum dia teve.


Eu acreditei nas suas palavras, nos seus gestos e nas suas lágrimas. Acreditei na sua “preocupação”, que hoje me parece tão vaga. Acreditei que você era outra pessoa e que queria fazer parte da minha história, mesmo que estivesse chegando na metade dela.


E por acreditar em tudo isso, eu abri as portas da minha casa para você. De novo. E também falei grosso por você, enfrentei algumas iras familiares e medos internos para tentar te trazer para perto de mim, pelo menos um pouco.


Há muito tempo não escrevo mais nenhuma daquelas cartas que tanto escrevi e nunca mandei. Cartas em que eu dizia tudo o que estava sentindo e o quanto você estava me machucando e que, de certa forma de aliviavam, mesmo que você nunca tenha lido uma. E eu achei que nunca mais teria necessidade de escrever-lhe de novo.


Não sei o que dói mais: ter acreditado em você ou ter sido ingênua em pensar que algum dia você poderia ser diferente. Você não vai mudar nunca. Amor, afeto, família, compaixão e saudade são palavras que não fazem parte do seu vocabulário, tampouco, você conhece seus significados. Sua vida é baseada na farsa de um mundo que não é seu, mas que se esforça em fazer parte dele. E durante todos estes anos, você tem conseguido. Talvez a ausência do amor seja o preço que você pague para se manter nesta vida.


Enfim, cansei de pensar em quantos porquês você teria para agir desta forma com a única pessoa que realmente te ama nesta vida. A única pessoa que é parte de você. Parei de pensar para tentar parar de sofrer por você, porque, para mim, você voltará a ser uma simples pessoa conhecida.


Por isso, esta é apenas mais uma carta de amor que você não vai receber. E estou lutando contra meus demônios para que esta seja também, a última.

I see dead people

Quarta-feira, 12 de Agosto de 2009

Se tem uma coisa que me assusta, de verdade, é falar sobre assombrações. Não falo de monstros, aliens, mutações, mas sim, gente morta que aparece para os vivos, ou que, se não aparece, manda recados e sinais. Nada me deixa mais incomodada e assustada do que isso. Eu acredito que estas coisas podem acontecer porque acho que somos muito mais do que carne que apodrece pós-morte. Acredito em carma, ação e reação, vida após a morte, céu, limbo e inferno. Acredito em tudo isso porque não quero que nada apareça para mim para me mostrar que eu estava errada. Mas parece que os “fantasmas” sabem deste meu medo e vivem me pondo à prova. Não, eu não ando tendo alucinações e nem falando com gente morta, mas algumas experiências inexplicáveis têem me deixado meio atordoada.


Quando minha avó paterna morreu eu tinha 11 anos e quase nenhum contato com ela. Eu era sua única neta, já que sou filha única de seu filho único, mas ela, por nunca ter gostado de minha mãe e feito de tudo para que meus pais se separassem, nunca foi me visitar e nem me dava muita bola. Só nos víamos nas raras vezes em que meu pai vinha à São Paulo e me levava à casa dela. Pois bem, eu nem sabia que ela estava doente, tampouco que o diabetes lhe causara um AVC. Então, no dia em que ela morreu, meu avô foi lá em casa avisar e, pela primeira vez, eu fui a um velório. Não vi o corpo, nem fui ao enterro, mas soube lá no cemitério que ela queria ter me visto antes de morrer e que pedia para meu avô me levar ao hospital, coisa que ele não fez. Nos dias seguintes à sua morte eu fiquei estranha. Chorava sem motivo, escrevia compulsivamente, estava arredia, amoada e cheguei a ter febre. Minha mãe, que sempre acreditou em espíritos, antes de me levar ao médico, me levou na casa da d. Palmira, uma senhorinha do bairro conhecida por ser benzedeira. E foi só eu chegar à casa dela para me sentir estranha, com vontade de sair de lá. Lembro pouca coisa daquele dia, mas não me sai da cabeça a imagem da d. Palmira conversando com o nada. Ela olhava para a parede e falava: “você está assustando a sua neta, seu lugar não é mais aqui”. Passado algum tempo minha mãe me contou a história toda: minha avó morreu me chamando, mas nem meu avô e nem meu pai me levaram para vê-la. Depois que ela morreu, parece que queria estar comigo e, sem saber que me assombrava, ficou ao meu lado. Por isso as minhas reações.

A história parece meio fantasiosa, mas eu acredito, porque não quero passar por isso de novo. Passei a ter interesse nos livros espíritas de minha mãe e os devorei, tentando entender tudo o que eles diziam. Mas teve um que eu não consegui ler: Laços Eternos. Eu começava a ler, passava mal e parava. Eu travava no meio do livro e não conseguia seguir adiante. E comecei a ficar sem sono também. Teve um dia que eu fiquei tão agoniada que só consegui dormir quando levei o livro para a sala, bem longe da minha cama. Desde então, nunca mais li livros espíritas.

Até o dia em que conheci a minha cunhada, espírita praticante. Ela fez cursos mediúnicos e me apresentou a uma amiga que é sua conselheira e também que joga baralho cigano e búzios. Movida pela curiosidade, pedi que ela jogasse o baralho para mim. E qual foi a nossa surpresa (minha e dela) quando TODAS as cartas falavam da minha mediunidade, deste lado que eu devia despertar e trabalhar porque era muito forte em mim e eu estava ignorando. Mais apavorada do que nunca decidi que nunca mais ia falar disso.

E então, eu sonhei com o avô do meu marido. E ele morreu dois dias depois. E depois, me sentia agoniada sempre falava com minha madrasta. E ela descobriu um câncer de mama. E eu fiquei preocupada com uma priminha nossa que nasceu e ainda estava na UTI. Liguei para a mãe dela porque não conseguia parar de pensar em como ela estava. Era domingo, 20h00. Na segunda, às 06h15 nossa priminha nos deixou.

Estes acontecimentos, por mais que eu tente deixar passar batido, ficaram na minha cabeça e me dão medo, ao mesmo tempo que me dão dúvidas se eu realmente estou passando por cima de algo que eu deveria seguir. Pode o medo ser maior que a sua missão ou tudo isso não passa de uma grande história que minha cabeça tem inventado? Comecei a pensar nestas coisas estes dias, quando descobri um programa na TV a cabo que fala exatamente sobre isso e mostra relatos de pessoas que viveram experiências “sobrenaturais”. Diz o programa que são casos reais, preservando apenas a identidade. São tantos casos que chego a duvidar que um canal colocaria sua credibilidade em risco inventando tanta história.

Por isso, estou pensando em voltar a ler livros que me expliquem mais sobre o tema. Livros que possam me ajudar a esclarecer minhas dúvidas e meus medos. Quem sabe assim eu realmente entenda o que acontece comigo, se é coisa da minha cabeça ou forças tentando me mostrar algo?

Não sei o que me espera e nem se vou seguir com isso. Mas sei de uma coisa: eu não quero ver nada. Como diz o menino do filme: I don´t wanna see dead people... (mas se for um gatão tipo Bruce Willis a gente pode pensar...rs)

Cyber anti-social

Quarta-feira, 29 de Julho de 2009

Lá nos primórdios, quando eu descobri o ICQ fiquei viciada. Conhecia gente do mundo todo, ficava procurando pessoas e passava horas conversando com desconhecidos e amigos. Logo depois fui apresentada ao Messenger e desde então é impossível ligar o computador e não estar online. Um computador sem MSN é totalmente inútil para mim, assim como um micro que não esteja conectado à Internet.
Acontece que há mais ou menos uns seis anos, eu conheci o Orkut. E, no começo, me lembro de ter falado para a Vanessa, amiga que me convidou para a rede de relacionamentos: “nossa, que bobeira”. Mas o mundo girou, a Lusitana rodou e é óbvio, eu não resisti ao Orkut. E fiquei viciada em procurar pessoas nele, em mexer na vida dos outros e colocar lá só o que eu queria que as pessoas soubessem sobre mim. Quantos e quantos “amigos” de tantos anos eu achei no Orkut! Aquela menina que estudou comigo no pré, a ex-turminha do colégio e até os antes não muito chegados viraram amigos no Orkut. O legal era ter um monte de amigos, fazer parte do maior número de comunidades e receber avaliações positivas de todo mundo que está na sua rede.
Por seis anos minha relação com o Orkut foi se modificando e hoje, por mais que eu não consiga cancelar minha conta, posso dizer que já sei usá-lo com responsabilidade.
Daí, inventaram o Twitter. E foi a mesma Vanessa que me apresentou a ele. E eu falei a mesma coisa para ela: “balela, que coisa chata... eu tenho q ficar escrevendo o que eu to fazendo? E você me segue? Qual a graça disso?” Pois bem, criei a conta no Twitter e por muitos meses eu nem me lembrava que ela existia. Até que o Twitter foi criando graça, as pessoas foram entrando, um mundo novo virtual estava se tornando e eu virei a maior adepta também.
Mas, como tudo na vida, depois do começo eufórico a gente para e pensa no que tá fazendo. E foi assim com meu Orkut e meu Twitter. No Orkut eu percebi que na minha lista de 497 amigos eu mal falava com, no mínimo, metade deles. São pessoas que eu conheço, que fizeram parte da minha vida em algum momento, mas que hoje não tem mais porquê manter relacionamento, mostrar como eu e minha família estamos e nem o porquê eu ficar vendo a vida deles. Assim, numa das minhas noites de insônia – que quem me segue no Twitter acompanhou – eu resolvi que ia tirar estas pessoas da minha vida social, mesmo que cibernética. E foi o que eu fiz. “Joguei fora” mais de 200 amigos no Orkut, restrigindo meu relacionamento à pessoas que eu realmente gosto, tenho contato e considero amigos para participar da minha vida.
E foi ai que eu percebi que o mesmo estava acontecendo no Twitter. Eu tinha mais gente lá do que eu podia seguir. Para acompanhar tudo o que estava acontecendo eu precisava ficar conectada 24h por dia, senão perdia o fio da meada. E ai eu me perguntei: eu preciso mesmo seguir o fake do Victor Fasano? E pra que seguir a Rosana Herman? Foi então que a ficha caiu e eu vi que posso usar esta ferramenta também para falar com amigos, manter contato com quem interessa.
E então eu sai deletando mais um monte de gente. Virei uma cyber anti-social.
Eu sei, vão me dizer: mas rede serve para isso mesmo, para falar com quem você não vê todo dia. Mas eu prefiro manter contato com as pessoas que eu realmente gosto, com quem eu posso, depois, marcar um encontro e ver pessoalmente. Pessoas que são amigas de verdade e que fazem parte da minha vida.
E se você nunca parou para pensar nisso, sugiro que dê uma olhada na sua lista de amigos. Eu tenho certeza que vai se surpreender. É sempre bom ser renovar, mesmo que seja só virtualmente.

Como diz o ditado...

Quarta-feira, 15 de Julho de 2009

… cada louco com sua mania. E é verdade. Todos nós somos cheios de manias. Às vezes, estamos tão habituados a algumas ações que nem percebemos que são manias e não ações comuns a todos. Eu comecei a pensar nisso e fazer, mentalmente, uma lista de coisas que eu sei que faço sempre e cheguei a conclusão de que eu sou uma pessoa interessante, psicologicamente falando. Misturado às minhas manias “normais” - como por exemplo, abrir a geladeira sem motivo (todo mundo faz isso e é até uma das maiores comunidades do Orkut), eu percebi que tenho manias curiosas. E resolvi compartilhar com vocês. São elas:


- Não importa se está frio ou calor, eu não vou conseguir dormir se não estiver usando meias;


- Quando vou tomar banho, eu sempre coloco primeiro a perna direita para ir testando a água, depois o braço direito e vou entrando aos poucos. Quando todo o corpo está molhado é que eu molho a cabeça;


- A última coisa que eu faço antes de dormir é tomar banho. Não importa que hora seja, eu não sei deitar no lençol sem estar cheirando sabonete;


- Depois que eu escovo os dentes eu bebo um enorme copo de água gelada. Uma delícia!


- Eu só atendo o telefone se eu conhecer o número de quem está me ligando;


- Quando estou nervosa, fico rodando a aliança no dedo;


- Por mais que eu goste do filme/seriado que esteja passando, eu durmo no meio se for dublado;


- Eu só durmo de lado. Mas não suporto sentir minhas pernas se encostando. Então, no calor ou no frio, sempre tem uma colcha no meio das minhas pernas;


- Eu não sei usar sapatos quando estou em casa. Entro e já fico descalça;


- O Mc Donalds pode lançar todos os lanches do mundo, mas eu sempre vou comer Big Mac ou Cheddar McMelt;


- Eu entro no orkut umas 10 vezes por dia, mesmo que não tenha novidades;


- Eu adoro misturar batata frita com sundae de chocolate;


- Se aparecer o envelopinho na minha tela, indicando novo e-mail, eu não consigo terminar o que estou fazendo antes de abrir e ver o que é;


- Sozinha no carro, eu só consigo dirigir com música alta;


- Eu não consigo dormir com os pés virados para a porta do quarto;


- Meu prato tem que ser montado na seguinte ordem: primeiro o arroz, com o feijão por cima. A carne tem que vir do lado e não pode misturar com o arroz, senão me dá nojo;


- Eu monto meus sanduíches. Porque só eu sei a posição exata que o presunto e o queijo têm que ficar dentro do pão.


Estas são algumas das manias que consegui listar, pensando no quanto eu sou estranha. Mas, como dizem, de médico e louco, todo mundo tem um pouco. E você, quais são suas manias? Ta ai mais uma coisa que eu adoro: compartilhar manias! Comente aqui as suas.

Socorro: família à vista!

Quarta-feira, 1 de Julho de 2009

Tem um tempo que eu venho querendo falar sobre isso, mas nunca encontro um tom adequado, por ser um assunto tão sensível: família.



Não é engraçado como é só falar em família e as pessoas logo fazem mil caras e e bocas? Todos têm histórias legais para contar e todos, sem exceção, têm aquela história de raiva e, porque não dizer, de terror. Porque família é isso: é uma mistura difícil de decifrar. Você ama e odeia as mesmas pessoas em questão de dias. Basta pequenos acontecimentos e tudo muda.


Para mim, existe uma grande diferença entre família e parente. Os parentes são aquelas pessoas que têm o mesmo sobrenome que você, mas que não necessariamente, representam algo em sua vida, estão presentes no seu dia a dia. Como aquele tio querido, que é o mais especial de todos e só de vê-lo você sente saudade da infância ao seu lado, tem aquela tia que gosta de falar da vida de todo mundo, tem aquele outro mais distante, que só aparece em casamento e velório, tem aquele que vai todo domingo na casa da sua avó para “filar uma bóia” e tem aquela prima conhecida por dar problemas e também tem aqueles primos que só aparecem para contar vantagem. Os parentes são aquelas pessoas que a gente vai colocando na lista de convidados para uma festa de casamento porque sua mãe ou seu pai dizem: “você não pode esquecer da tia Ermenengarda”, mesmo que você nem saiba quem é esta pessoa.


Agora família não. Família é diferente. Família é aquela com quem você se reúne para almoçar aos finais de semana. Aqueles com quem você precisa planejar o Natal. São aqueles também que estão sempre por perto, mesmo que por telefone, para saber como estão as coisas, e, por que não dizer, para fuxicar um pouco também. É uma relação permanente de amor e ódio. Têm dias em que eu fico tão carente de família que eu simplesmente preciso ir para a casa da minha mãe, minha sogra, minha cunhada e ficar ali, conversando com eles, senti-los, estar junto. Têm dias em que eu não quero nem que eles saibam que eu estou em casa, quero paz, silêncio e falar o menos possível sobre mim, minha vida e minha rotina. Pior ainda é que família, pela proximidade e pseudo-intimidade, se vê no direito de, muitas vezes, dar conselhos e opiniões, mesmo quando você não pede. E, quando você pede e precisa, eles também estão ali, mesmo que o façam de contragosto. Família tem mil e uma facetas e é desnecessário dizer que todas elas têm problemas. Alguns maiores, outros mais complicados, outros fúteis aos olhos alheios, mas os problemas sempre existem. E, invariavelmente, a estrutura familiar é sempre a primeira a ser checada quando você está com algum problema. Provavelmente, por conta das teorias freudianas. É aquela coisa: mãe fuma crack, pai preso então eu também serei trombadinha. Culpa de quem? Da família. E como explicar o playboy que sempre teve tudo fácil, estudou nos melhores colégios, se formou, conheceu o mundo e acabou ateando fogo em índio e mendigo? Não sei dizer e acredito nem mesmo quem estude comportamento humano tenha respostas enfáticas sobre estas indagações. Mas que a família é sempre o epicentro da situação, com certeza.


Outra coisa que eu nunca vou entender é porque família se vê no direito de te visitar sem avisar que está indo à sua casa! Não importa se você tem planos para sair, se você vai viajar, se você quer passar o dia de pijama em frente à TV ou se você simplesmente não quer sair, falar, nada, só ficar em casa. Eles aparecem para lhe fazer uma visita – mesmo sem serem convidados ou dar um simples telefonema para dizer: estou indo. Porque eles acham que podem fazer isso? Família significa estar eternamente à disposição? Às vezes, me parece que sim. Ouvi uma vez uma pessoa dizer: família boa é aquela que mora nem tão perto que possa te visitar de chinelos e nem tão longe que precise vir de malas. Maldade? Talvez um pouco. Mas que tem um quezinho de verdade, tem sim...rs


Pare e pense em coisas que você faz hoje por “responsabilidade” da sua família. Pense também naquelas que você não fez por influência deles. É impossível não ter um caso sequer. Uma mágoa de alguém que você ama muito, ainda assim. Uma saudade enorme de alguém que quando está perto, as vezes, até te irrita. Uma vontade de absurda de passar um Natal comendo e rindo ao lado destas pessoas que você vive esta relação tão frágil desde que nasceu.


Eu sou teimosa, tenho personalidade difícil e muitas alterações de humor. Mas eu admito que mesmo com tudo o que minha família representa nestas constantes instabilidades, é só ao lado deles em que eu me sinto completa. É como se cada um de nós tivesse algo que completasse o outro e que, quando estão em sintonia, soam perfeitamente. E, como ninguém é perfeito, basta uma nota fora de tom para a música sair do ritmo.


Mas família é isso mesmo. No amor e na dor estamos sempre em volta deles, sempre em prol deles. Casamos e temos nossos filhos para dar continuidade, para construirmos a nossa família e então, recomeçar o ciclo. O porquê de tudo isso? Seria prepotência demais minha querer explicar. Somos assim e pronto. O ser humano é complicado por natureza. Graças a Deus! Que graça teria se tudo fosse simples demais, não é?


Como dizem os Titãs: "Família! Família!Vovô, vovó, sobrinha. Família! Família! Janta junto todo dia. Nunca perde essa mania"...

O corpo fala

Quarta-feira, 17 de Junho de 2009

O livro “O Corpo Fala” (Pierre Weil e Roland Tompakow, ed. Vozes) aborda a relação não-verbal do nosso corpo com o ambiente, destacando ações em que, mesmo em silêncio, dizemos exatamente o que estamos sentindo ou pensando. É um livro com uma teoria interessante e que, se você pensar bem, tem alguma lógica, como o fato de cruzar os braços ao conversar com alguém significar defesa, como se os braços te dessem a distância necessária daquela pessoa.
O meu corpo tem falado também. Não exatamente no contexto do livro, mas tem falado. Eu diria que ele tem gritado muito para me fazer tentar ouvir. Quando eu fiquei grávida – e engordei absurdos 17 quilos – meu corpo começou a querer me dizer alguma coisa, porque eu fiquei um pouco mais saudável, mesmo sem querer. Eu nunca fui uma pessoa de comer coisas lights, verdes e frutas. Pelo contrário, adoro fast-food e coisas engordativas. Mas, durante a gravidez eu senti um único desejo: comer goiabas. Eu devorava ferozmente goiabas vermelhas e lindas e, em um só dia, eu cheguei a comer oito delas! Minha amiga Vanessa dizia que meu filho ia nascer a cara do Chico Bento se eu continuasse assim...
No entanto, mesmo comendo as goiabas, eu não ouvia meu corpo pedindo coisas saudáveis e continuei comendo as coisas que gostava. E no sexto mês de gravidez um exame detectou minha diabete gestacional. Como “castigo” fiquei até o fim da gravidez sem comer nada que contivesse açúcar e a controlar, como xiita, o consumo de carboidratos. Meu filho nasceu, a diabete passou, eu amamentei, emagreci bem e, me sentindo saudável de novo, voltei aos meus velhos hábitos: comer qualquer porcaria para enganar o estômago, jantar lanches, deixar de lado de fora do prato tudo o que é verde, substituir as frutas por doces e sorvetes e claro, nunca mais comi goiabas.
Por um tempo foi tudo bem, até começaram a nascer espinhas – aquelas que eu não tive nem na época da adolescência. Depois, aftas e mais aftas, sarava uma e aparecia outra. E a gripe? Era só pronunciar esta palavra para eu pegá-la. Relapsa que sou, fui levando. Foi quando as calças começaram a ficar muito justas, as blusas não fechavam e o biquíni ficou horrível. Pior ainda era olhar uma roupa linda na vitrine, tentar experimentar e ver que “não tem seu tamanho”. Nem você sabe mais qual é o seu tamanho. Minha mãe, sempre no pé, me avisava: “você precisa fazer um regime!” E eu, mesmo sabendo que ela tinha razão, descontava minha frustração comendo mais.
De repente, comecei a me sentir mais cansada do que o habitual. Qualquer caminhada era um sufoco e, só de pensar em sair e ter que me vestir, eu ficava triste, porque sabia que minhas roupas estavam apertadíssimas. Chorei, chorei, chorei. Morri de ódio de mim mesma, de ser tão fraca, de não ter força de vontade para conseguir ser eu mesma de novo.
Criei coragem, fui ao médico. Fiz milhões de exames que me disseram exatamente aquilo que o meu corpo estava tentando me dizer e eu não ouvia: você está doente. Seu colesterol e seu triglicérides estão altos e você está a um passo de se tornar diabética de novo. E o seu peso está 20 quilos acima do ideal.
Fiquei em estado de choque. Vinte quilos é mais do que eu engordei na minha gravidez! Precisei tomar uma atitude e, desta vez, estou tomando. Comecei a dieta da nutricionista há quase um mês, estou tomando os remédios que controlam o colesterol, cortei doces e estou dosando bem os carboidratos. E, mesmo que ainda esteja no primeiro mês, já me sinto bem mais leve. Algumas calças já entram com mais facilidade e eu tenho mais disposição. Ver que está dando certo me motiva a continuar e a prestar mais atenção em mim e nos sinais que o meu corpo me dá. Eu preciso entender que não sou mais uma adolescente. Eu já sou uma mulher e o corpo vai pedindo cuidados que eu estava ignorando. Cuidar de mim não significa só eu estar bem, mas também uma vida mais saudável dentro da minha casa. Estamos nos habituando a comer frutas como sobremesa, sem ficar neurótica com um doce de vez em quando. É a famosa dose de equilíbrio, que estou tentando colocar em nossa rotina e tem dado certo.
Tudo isso tem servido para me mostrar que eu precisava mesmo começar a ouvir o que o meu corpo estava dizendo e que, nem sempre, este papo de “natureba” é modinha. Mais uma vez, foi preciso sentir na pele para poder aprender, mas eu estou aprendendo e espero, de verdade, que, na próxima vez em que o meu corpo falar, ele berre, aos quatro cantos do mundo: “você conseguiu!”


Chorona de plantão

Quarta-feira, 20 de Maio de 2009

A minha fama é mais do que conhecida: sou a manteiga oficial da família e a “maria-chorona” na roda de amigos. Já ouvi centenas de piadinhas sobre isso, inclusive a clássica: “esta chora até em inauguração de poste”. Eu choro ao assistir novelas (principalmente os últimos capítulos), filmes e seriados. Choro também quando estou conversando com alguém que começa a chorar, choro lendo textos bonitos, choro de saudades, de alegria e de tristeza. Casamento então, é um lugar em que eu já entro chorando! Já me peguei chorando até por pessoas que eu desconheço, mas que as histórias me emocionam. Inclusive, eu também chorei quando fui demitida de uma empresa que eu não queria mais trabalhar! Vai entender...



No dia do meu casamento, eu entrei na igreja chorando. E, como eu não queria chorar, comecei a tentar sorrir, fazendo caretas inimagináveis! Para disfarçar, enquanto eu estava entrando, mandei um beijo para a minha vó! Que figura!!!


Quando meu filho nasceu, eu entrei na sala de cirurgia aos prantos, de tanto medo do que estava por acontecer. E depois que ele nasceu, chorei de alegria. Aliás, lembro que também chorei no meu chá-de-bebê, uma semana antes do parto...


Por mais que eu saiba – e aceite ser esta manteiga derretida – nem sempre eu gosto desta situação. Porque não é sempre que eu quero chorar ou, pelo menos, quero que me vejam chorando. Não é legal estar conversando sobre um assunto triste e chorar junto com a pessoa quando a sua missão é alegrá-la. Ou então chorar vendo um comercial na TV, quando tem um monte de gente assistindo contigo. Ser chorona, algumas vezes, dá um pouco de vergonha, porque o choro vira fútil. Como dosar a real emoção do momento se a pessoa chora porque não consegue abrir um pote de maionese e chora porque viu o filho dar os primeiros passos? Eu realmente não sei, mas sei que choro!


Eu fico em prantos quando leio o livro Pai e Filho, de Tony Parsons, mesmo que eu já o tenha lido 8 vezes. Eu sei o que vai acontecer, conheço a história, mas a cada lida, encontro uma coisa que não tinha percebido, dou um novo rumo para o meu olhar e choro, copiosamente.


Outra cena clássica, foi no amigo secreto do ano passado. Eu tirei o Lê, meu marido, como amigo secreto. E na hora em que a gente tem que dar dicas sobre quem é a pessoa, eu comecei a descrevê-lo e chorei! Lembro que falei e chorei de tal forma que a até uma amiga nossa, que estava na brincadeira, chorou junto... outra manteiga! :o)


A minha última cena de choro “engraçada” foi na semana passada. Fomos ao aniversário da filha de uma amiga minha, que não vejo pessoalmente há pouco mais de um ano, mas que falo diariamente pelo MSN. Pois foi assim: eu cheguei à festa, olhei para ela e comecei a chorar! Tinha um monte de gente na festa, eu não queria chorar, não queria que me vissem, mas lá estava eu, enxugando os olhos!


Tem dias em que eu gostaria de ser mais razão e menos emoção. Encontrar aquela sutil linha do equilíbrio entre as duas que eu, definitivamente, não consigo ter. Minhas conversas são sempre carinhosas, minhas discussões são melodramáticas, minha raiva é momentânea – e vira mágoa – e meu amor é extremamente excessivo. Eu não gosto de alguém: eu amo. Eu não sou indiferente: eu detesto. Minhas emoções vão ao extremo e, por mais que isso seja bom porque eu sou muito verdadeira, me expõe de uma forma que me deixa desconfortável e muito vulnerável.


Acredito que ter identificado isso seja um grande passo para trabalhar com esta choradeira toda. Mas, enquanto isso não acontece, continuo aqui, chorando com tudo aquilo que balança o meu coração. Hoje mesmo eu chorei revendo a cena em que o Chandler e a Mônica se casam, no seriado Friends. Foi um choro gostoso e divertido, como é o próprio casal em questão.


Enfim, esta sou eu: uma verdadeira manteiga derretida!


Sem chorar, por favor! :o)

Eu amo porque...

Quarta-feira, 13 de Maio de 2009



Eu amo o meu amigo porque quando o vi pela primeira vez, suei frio;
Eu amo o meu amigo porque ele fugiu comigo para o cinema no dia em nos conhecemos e chegamos tarde em casa;
Eu amo o meu namorado porque sua timidez em nosso primeiro encontro me seduziu;
Eu amo meu namorado porque com ele eu vi o mais lindo por-do-sol no Parque do Ibirapuera;
Eu amo o meu namorado porque ele me faz rir;
Eu amo meu namorado porque ele mata trabalho para ficar comigo;
Eu amo meu namorado porque ao lado dele abri o queixo em um tombo descomunal, tomei 5 pontos e depois rimos juntos;
Eu amo o meu namorado porque quando ele diz que me ama, seus olhos brilham;
Eu amo meu namorado porque decidimos casar quando assistíamos a um casamento;
Eu amo o meu noivo porque ele foi comprar o enxoval comigo;
Eu amo o meu noivo porque rimos juntos quando descobrimos que não tem como comprar lençol e toalha de mesa se não sabemos o tamanho dos móveis;
Eu amo meu noivo porque decidimos comprar, em uma tarde, todos os móveis da casa - mesmo sem ter casa;
Eu amo meu noivo porque ele fica lindo de fraque;
Eu amo meu noivo porque vê-lo no altar me fez ter vontade de correr até ele;
Eu amo meu marido porque nossa aliança é linda;
Eu amo meu marido porque é muito bom andar de buggy nas dunas com ele;
Eu amo meu marido porque ele sabe limpar o chão da cozinha;
Eu amo meu marido porque ele come a comida que eu faço;
Eu amo o meu marido porque ele não me deixa perder a hora;
Eu amo meu marido porque ele é um excelente pai;
Eu amo meu marido porque, mesmo quando ele não entende, aceita minhas incertezas;
Eu amo meu marido porque ficar com ele ainda me dá frio na barriga;
Eu amo meu marido porque ele é cheiroso;
Eu amo meu marido porque ele assiste aos “meus filmes” comigo;
Eu amo meu marido porque ao lado dele eu sou eu mesma;
Eu amo meu marido porque ele é a estrutura do que eu sou hoje;
Eu amo o meu marido porque ele não me faz chorar;
E, acima de tudo, eu amo o Leandro porque, nesta semana em que completamos 5 anos juntos, ele ainda me beija com a mesma paixão do início do namoro.


Parabéns pra nós, minha vida! Que venham muitos outros anos!

Quando é preciso dar um passo para trás

Quarta-feira, 6 de Maio de 2009

A vida da gente segue um ciclo: aprendemos a engatinhar para depois andar, resmungamos e depois falamos, rabiscamos e depois escrevemos. Fazemos o ensino básico, o fundamental, o médio e a faculdade. Depois de formados, namoramos sério, noivamos, casamos, temos filhos. E posteriormente, que venham os netos. Esta é uma vida regradinha que, por mais incomum que pareça, acredite, eu segui à risca até hoje, em meus 27 anos. E, se eu seguir este tal ciclo da vida, prevejo aqui o meu futuro: mais uns 30 anos trabalhando como assessora de imprensa (vivendo emocional e financeiramente toda a instabilidade desta profissão), talvez mais uns dois filhos nos próximos anos, algumas viagens e o casamento que, acredito eu, durará até que a morte nos separe, como disse o padre.


Acontece que eu não quero que o ciclo continue assim. Eu quero dar um passo para trás, começar de novo de onde eu acho que errei. Eu quero me permitir recomeçar, mesmo que eu já tenha uma carreira de 10 anos, mesmo que eu já conheça o mercado, mesmo que minha vida esteja, relativamente, definida.

Sim, eu estou falando da minha profissão. Em algum momento eu fiz um teste de aptidão que mostrou minha afinidade com as palavras e me direcionou para o jornalismo. E eu, que entrei para a faculdade com 17 anos, decidi, aos 16, um ano antes, que era este o curso que eu ia fazer e que seria isso o que eu faria para o resto da vida.

Doce ilusão escolher o seu futuro com a magia cor-de-rosa dos 16 anos! A vida não foi como eu imaginei e 10 anos depois, não estou feliz. Uma infelicidade que veio se refletindo em todos os outros pontos da minha vida: dentro de casa, com a família, com os amigos. E foi então que eu me permiti parar o ciclo. Fazê-lo começar a girar ao contrário.

Eu vou voltar para a faculdade. Vou sair de mochila para estudar de novo. Vou me preocupar com provas, trabalho em grupo e TCC mesmo entando com uma aliança no dedo esquerdo, um filho no colo e com uma casa para cuidar.

Decidi que não sou mais assessora de imprensa. Jornalista ainda sim, porque o pensamento crítico da gente não é algo que se perde tão fácil, mas fazer follow-up, nunca mais!

Vou estudar Letras – Português/Inglês, trabalhar como revisora, redatora, tradutora, professora. Ora, ora, ora. Ter um dia-a-dia rodeada de palavras, expressões, textos e claro, minhas ideias. Ensinar e aprender. Ter contato com alunos, crianças e gente. Como diz a Déa aqui do blog e também assessora, gente é algo raro nesta área…

Foi preciso muita coragem – e conversas e a força do marido – para poder voltar atrás. Mas eu acho que estou no caminho certo, afinal, estou buscando a minha felicidade. Não é isso o que nos dizem, o tempo todo, para fazer? Eu percebi que às vezes é preciso avaliar se o ciclo da sua vida está seguindo o que você planejava.

Às vezes, a gente precisa parar e pensar um pouco em nós mesmos. Foi o que eu fiz. A vida vai mudar bastante e eu estou me preparando para isso. Mas confesso que me sinto feliz. Estou aliviada por ter tirado um peso profissional das costas e feliz em seguir rumo à minha realização. E por isso tudo eu vejo que esta vida é muito engraçada mesmo e vive nos pregando peças. Não adianta seguir em frente se você não tem rumo. O máximo que vai acontecer é você ir cada vez mais longe do seu objetivo.

Eu sou a prova viva de que, às vezes, é preciso dar um passo para trás para poder seguir em frente.

O amor dói

Quarta-feira, 29 de Abril de 2009

Meu filho acordou às 2h da manhã para mamar. Uma situação típica de todas as noites que pode ter uma variação de 30 minutos a uma hora, mas que sempre acontece. Enfim, seria mais uma ação da rotina que estou vivendo há 2 anos e 3 meses. Mas não foi. Porque quando ele acordou eu também estava acordada. E ao ouvi-lo dizer o primeiro “mamãe”, com sono e chorando, eu dei um pulo e peguei logo a mamadeira. E, num gesto que não faço há tempos – por sono, cansaço ou costume – eu decidi dar de mamar com ele em meu colo. Eu o peguei em meus braços, e, como se ele fosse um bebezinho, eu comecei embalá-lo enquanto ele segurava a mamadeira. Por alguns segundos eu fiquei ali, contemplando a minha cria e mais uma vez me perguntando como pode uma pessoinha assim, tão pequena, ocupar um lugar tão maravilhoso na minha vida.


E foi ai, em uma fração de segundos, que as coisas não continuaram como costumavam ser. Ele começou se debater. Resmungar. Se mexer mesmo. E então eu percebi que o meu bebê estava incomodado. Ele não queria mamar no meu colo. Ele não queria ser embalado. Ele queria, simplesmente, matar a fome da madrugada. E para isso bastava uma mamadeira bem feitinha. E não um colo de mãe.

Então eu o coloquei de volta em sua caminha e fiquei olhando, para confirmar se era isso mesmo. E era. Ele ficou quietinho, de olhos fechados, mamando. E quando terminou, esticou o bracinho pra mim, murmurou um “cabô”, pegou a chupeta, virou de lado e voltou a dormir. Eu fiquei olhando para aquela cena e comecei a me perguntar quando isso aconteceu. Quando foi que ele começou a crescer que eu não vi? Aonde eu estava neste dia?

É frase feita que para todas as mães os filhos são eternas crianças. E é frase feita também aquela do “aproveite agora porque logo ele que não vai querer sair com você”. Mas usando outro clichê, é verdade que só depois que a gente é mãe é que entende.

Meu filho tem apenas 2 anos e 3 meses. Usa fraldas, fala de tudo mas enrola as palavras, não sabe ler, escrever, tampouco come sozinho sem fazer sujeira. Ele não sabe nem ir sozinho para a cama! Mas ele já sabe que não precisa do meu colo para dormir. E sabe também que eu posso ser útil dando-lhe uma mamadeira. Ele já sabe usar o poder de filho. Ele já sabe que as pessoas – principalmente seus pais – têm uma função. E a minha era a de saciar sua fome para que ele pudesse dormir em paz. Nada de afagos, nada de carinho. Quem sabe em uma outra hora, quando não atrapalhasse seu sono?

E foi com este episódio que eu entendi, de uma vez por todas, que é verdade que a gente cria filho pro mundo. Dá um orgulho danado saber que aquela coisinha linda, que dorme tão lindo, fazendo biquinho, é meu filho, uma parte de mim, continuidade da minha vida e do meu amor pelo meu marido. Mas também dói muito saber que ele não vai precisar de mim pra sempre. Logo ele não usará mais fraldas. E saberá pegar seu leite. Depois, vai me pedir pra dormir na casa da vó, do amigo, da namorada. E depois, não vai me pedir mais. E depois vai se mudar. E então, eu que vou pedir para ele vir me visitar. Eu que vou pedir sua companhia. Quem sabe não peça para que ele durma na minha cama, entre seu pai e sua mãe, pelo menos mais uma vez?

Ser mãe é uma dor gostosa.

Meu pai, meu herói

Quarta-feira, 22 de Abril de 2009

Eu lembro como se fosse hoje. Ele e minha mãe estavam na sala do nosso apartamento, discutindo. Eles falavam alto. Meu pai virou as costas e foi pro quarto. Minha mãe sentou no sofá e chorou. Eu tinha 2 anos e meio. E segui meu pai. Lembro dele mexendo no guarda-roupa e chorando. Lembro dele passando a mão na minha cabeça. Depois disso, branco total.


Logo após me surge uma outra memória: minha mãe me pegou no colo e me colocou no carro da tia Cristina. Se não me engano, era o mesmo Chevette marrom que ela teve até quase os meus dez anos. No carro também tinham umas malas, umas panelas. Lembro também que tinham umas tábuas. Tinha um outro carro conosco. Da cunhada da tia Cristina. No dela, estava o fogão da minha casa. E mais tábuas, que hoje acho que eram da minha cômoda e berço. Lembro que chegamos à casa da minha avó e tiramos tudo do carro. Eu estava prestes a fazer 4 anos. Só sai desta casa aos 24 anos, no dia do meu casamento.

No intervalo destes 20 anos, posso dizer que vi o meu pai umas 20 vezes, uma por ano. Talvez esteja sendo injusta, porque lembro das férias em que fui à casa dele. Mas as ausências posteriores compensam aqueles dias em que passei lá. Eu devia ter uns 5 ou 6 anos quando ele mudou pro Rio de Janeiro. E, se perto ele já fazia questão de não estar perto da família que ele formou, longe, o pretexto foi garantido.

Por muito tempo eu nem senti a falta dele. Como é que se sente falta de algo que não está acostumada? Também tinha os meus tios, que, ainda solteiros, moravam na casa da minha avó e eram a figura masculina para mim. Sem contar o meu avô, que me dava “banho roxo” quando eu estava com catapora, me levava para a escola e via desenho comigo. Foi meu avô quem tirou as rodinhas da minha bicicleta. Foi ele quem me ensinou a comer jabuticaba. Uma criança de 7 anos não está pensando que o pai está ausente.

Mas a menina foi crescendo. E a adolescente foi percebendo que faltava uma referência, um pai por perto. Alguém com quem pudesse pedir uma nova permissão quando a minha mãe dizia não. Aquele pai que buscava ou levava à escola. Aquele pai que olhava para a filha e via um xodó. Igual ao pai das minhas amigas.

E foi ai, que em meio a um monte de mulheres que ele me apresentou, eu, aos 12 anos, conheci a nova. Bonita, bem vestida, tentando ser legal. Ela também tinha uma filha que, na época, tinha 4 anos. A mesma idade que eu tinha quando o meu pai se separou da minha mãe. E esta menina estava na casa do meu pai. Ocupando um lugar que era meu. E tudo aquilo que ele não me viu crescer, ele viu nela. Eu ficava me remoendo pensando em quantas vezes ele deve tê-la levado à escola. Quantas vezes ele a pegou no colo no sofá e a colocou para dormir na cama. Quantas vezes ele deve tê-la mandando escovar os dentes. Quantas lembrancinhas de dia dos pais ela deve ter feito para ele na escola.

Eu pensava nestas coisas dia e noite. Me remoía de ciúme, de angústia, de raiva. Ela tinha o pai dela e estava usando o meu. E nos poucos dias em que eu passava nas férias lá, eu confirmava o que eu já sabia e ficava mal. Achava melhor não ter ido.

E foi assim que eu fui me afastando dele. Se ele não precisava de mim, eu também não ia precisar dele. Eu fiquei nove anos sem ver a mulher dele. Nove anos sem ver a filha dela. Nove anos vendo o meu pai apenas no Natal, quando ele vinha à São Paulo. Foi um período muito difícil para mim. Eu chorei muito, fiquei muito amarga em relação a isso. Eu sentia falta do meu pai. Na verdade, eu sentia falta de um pai, de ter alguém ali. E fazia cartas que nunca mandei para ele. Cartas em que eu escrevia tudo isso. Mandei algumas também, que resultaram em mais discussão. E mais afastamento.

Anos depois eu estava de casamento marcado. Era o mês de abril e o casamento seria em outubro. Eu precisava comunicar ao meu pai. Eu queria saber se ele queria entrar comigo na igreja. Em junho eu fui à casa dele. Quase dez anos depois da última vez em que estive lá. Fui apreensiva a viagem toda, pensando em como seria horrível, em tudo o que ia acontecer. Preparei até o Leandro para isso, para que ele não se espantasse com o que visse. E foi ai que tudo aconteceu diferente. Meu pai estava lá nos esperando. Junto com a mulher dele. Eles sorriam e nos esperavam ansiosos também. E a filha dela também queria nos ver. A viagem foi maravilhosa, meu pai foi excelente. E eu voltei a me apaixonar por ele. Pela mulher dele e pela filha dela também. A filha dela que é filha dele e hoje eu também a chamo de minha irmã.

Eu precisei crescer e casar para perceber que não é que o meu pai não me ama, não é que ele não liga para mim. Ele é apenas diferente de mim, a vida dele é diferente da minha. Hoje eu entendo que ele não pode me dar, emocionalmente, tudo o que eu quero, mas eu aceito o que ele consegue me transmitir. Eu sinto falta dele, mas hoje eu posso ligar e matar as saudades.

Hoje, ele e a mulher dele podem vir à minha casa. E eu adoro que eles venham. Ela é uma avó para meu filho, assim como a filha dela, minha irmã, é a tia do Vini. E só hoje eu percebo quanto tempo eu perdi sem o meu pai. E o quanto ele é importante na minha vida. O meu pai não é um exemplo de pai presente, pai-herói que a gente vê e ouve por ai. Muito pelo contrário, ele nunca me deu uma bronca, tampouco viu meu boletim. Mas ele chorou como criança quando entrou comigo na igreja e tremia de emoção quando segurou o neto pela primeira vez no colo.

O meu pai significa para mim que a vida pode ser recomeçada sempre. Que a gente pode rever os sentimentos e pode começar olhar para as coisas sem pré-conceito. Do modo dele, ele queria estar ao meu lado. Do meu modo, eu não via isso.

Para voltar a amar meu pai eu precisei parar para pensar em como ele é. Eu precisei me reavaliar. E eu tenho certeza que para me amar ele também fez isso. Ele não é, ainda, o pai que eu gostaria que o Leandro fosse para o Vinícius. Mas ele já está muito perto de ser, para mim, o pai que eu sempre quis ter.

O meu pai distante. O meu pai-herói.

Mãe é Mãe?

Quarta-feira, 8 de Abril de 2009

Desde pequena a gente escuta que mãe é uma instituição sagrada. Que mãe só tem uma. E que com mãe não se mexe. Ai de quem fala mal da mãe!!! A gente passa a vida ouvindo isso. E se perguntando até onde é verdade.
Quando eu era adolescente e vivia torrando minha mãe com besteiras, ela me dizia: “vc só vai me entender quando for mãe”.
E eu retrucava (porque adolescente que se preze tem uma língua afiadíssima): “quando eu for mãe, vou ser uma mãe legal e não como você”.
E agora que eu sou mãe realmente percebo coisas que jamais seriam nítidas naquela época. Agora que já passou um bom tempo após minha adolescência eu percebo o quanto minha mãe foi e é legal. Maravilhosa. Forte, determinada, trabalhadora. Uma leoa dentro e fora de casa. Afinal, não deve ser fácil ter que voltar para a casa dos pais, admitindo que o casamento não deu certo e ainda, com um bebê de 2 anos e meio. Seria como se eu tivesse que voltar para a casa dela hoje, com o Vini a tiracolo e a cabeça baixa. Só de pensar que ela viveu esta situação, fico trêmula.
E mais do isso: ter que começar de novo, do zero. E vencer. Sim, pq minha mãe é uma vencedora. Tudo o que ela tem, mesmo que não seja muito, é e foi o suficiente para me oferecer o bom e o melhor. Ela venceu na vida e venceu a vida. Sim, porque a vida muitas vezes tenta nos passar para trás. Mas ela conseguiu seguir adiante. E me criou (e posso dizer que me cria até hoje) com diretrizes que norteiam todos os meus caminhos. Há alguns anos eu me achava adotada, pq olhava para minha e mãe e não encontrava um resquício sequer dela em mim. “Como mãe e filha podem ser tão diferentes?”, eu pensava o tempo todo. Principalmente quando ela me dizia “não” para aquela viagem, namorico ou passeio que eu queria muito.
Hoje, quando me vejo cuidando da minha casa, do meu marido e principalmente do meu filho, eu percebo o quanto sou parecida com ela. O quanto existe dela em mim. Não é só fisionomia. É instinto de proteção. É amor e zelo. É a chatice em forma da palavra NÃO. Eu recrio as situações que vivi e me vejo falando os mesmos “nãos” para o meu filho. Me vejo angustiada pensando em como será quando a hora estiver passando e ele não ter chegado em casa.
Eu sou casada, tenho minha casa, minha vida. Teoricamente, sou independente. Mas agora, quando só vejo minha mãe aos fins de semana, eu percebo o quanto sou dependente dela. Eu morro de saudade. Eu sinto falta de jantar ao lado dela. Eu sinto falta dela falando: “Comprou mais roupa, Denise?”. Ou então, dela brigando comigo porque meu quarto era uma bagunça, que ela não sabia de onde eu tirava tanta desorganização, etc, etc, etc. Coisas de mãe. Coisas que eu amo.
Estou falando tudo isso porque precisei resolver um problema e minha mãe foi comigo. E nós tivemos uma noite maravilhosa, de amigas: mãe e filha. Em 30 minutos resolvemos o que precisávamos e fomos passear. Fizemos compras, fomos jantar fora, batemos papo. Rimos. Conversamos. Falamos da nossa vida e da dos outros. E quando eu a deixei em casa e fui embora, senti um vazio enorme dentro de mim. Uma vontade enorme de ficar ao lado dela, de vê-la ir dormir.
Saudade da minha mãe. A mãe mais legal do mundo.
A mãe que eu quero ser pro Vinícius.