sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O que 2012 me trouxe


     Esse não foi um ano que começou com expectativa boa, é verdade. Lembro bem do meu post sobre como seria fácil 2012 ser bom, mas ainda assim, o caminho foi - e está sendo - complicado. Tive um começo de ano bem difícil, resquício de uma situação que foi muito abordada por mim no ano passado e insistentemente pensada, sentida e escrita aqui na maioria dos meus posts deste ano. Perder a minha amiga foi a situação mais dolorosa que eu já vivi. E esse sentimento de dor, impotência, tristeza e perda foi estendido por diversos meses.
    Perdi muita coisa em 2012, além de pessoas queridas. Muita mesmo. Deixei de confiar e contar com alguém e isso ainda é estranho pra mim. Fortaleci minha amizade com quem esteve ao meu lado. Tentei suprir uma ausência que não me cabia. Chorei. Chorei muito. Senti dor. Muita dor. Fiquei angustiada, receosa, com medo. Tive problemas financeiros, fraternos, comigo mesma e conjugais. Tive problemas de autoestima. Não dormi por não parar de pensar. E quando dormi, acordei perdida.
       
    No entanto, é preciso ressaltar que mesmo em meio a tanta tristeza, 2012 me trouxe momentos de alegria - muitos. Ver meu filho crescer feliz e saudável é o principal deles. Ele está cada dia mais bonito, esperto e meu companheiro; e isso não tem preço. Pude visitar meu afilhado no dia do aniversário dele, fiquei junto com a família que está longe e deixei o coração menos apertado. Tive muitos momentos com meu pai por perto - e mesmo quando esteve longe fisicamente, ele se fez presente. Estou numa casa nova, com móveis novos, com vida nova. Gosto muito do meu emprego e do lugar aonde trabalho e fiz muita coisa legal com as minhas turmas. Estou feliz de verdade em casa. Tenho planos para 2013 e muitos sonhos a realizar.
    Mas a verdade é que no balanço geral 2012 trouxe muita dor. Muitas coisas difíceis de digerir e outras que ainda estão em processo de deglutição. O importante é que 2013 está vindo aí... já dá ver a aurora surgindo. Espero, de verdade, que seja um ano proveitoso e de sucesso. Que as dores venham menores e mais suportáveis. E que todo mundo compartilhe de mais amor e mais fé - porque é isso que tá faltando demais na vida da gente.
    Esse não foi um ano bom. E eu acho ótimo que ele esteja acabando.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A culpa

No momento em que nasce uma mãe, nasce também a culpa. 

Desde que comecei a entender sobre o assunto "maternidade", nunca conheci uma mãe que não se sentisse culpada por alguma coisa. Por mais que a gente faça (e sempre fazemos muito), parece que sempre está faltando alguma coisa. 

Quando o meu filho nasceu, eu tinha culpa porque tive de deixá-lo na escolinha com apenas 4 meses para eu voltar a trabalhar. Depois, sempre que ele adoecia, achava que era culpa minha, porque estava trabalhando e não cuidava dele. Quando ele começou a andar e falar na escola, senti culpa por não ver esses momentos em casa, por ele não aprender comigo. 

Para amenizar a culpa, mudei totalmente a minha vida: emprego, horários, salário, adaptações. E aí veio a culpa de receber menos dinheiro e não dar para ele tudo o que eu podia dar quando trabalhava 14 horas por dia. 

Ele tem me pedido constantemente um irmão. E eu tenho duas culpas: uma por não querer dar esse irmão, pois acho que já passou o tempo disso e a outra culpa pelo egoísmo em pensar somente em mim ao tomar essa decisão. 

Mas hoje a culpa me tomou de outra forma e no fim, senti como às vezes nossa culpa nos cega. Saí cedo do trabalho e queria que meu filho fosse para casa comigo. Fui buscá-lo e ele me disse: 
- Vai você, mãe. Eu não quero ir embora da escola. Vou ficar brincando.
Na hora bateu a culpa: "Meu Deus, meu filho é um daqueles meninos que eu falo tanto!!! Não tem vida dentro de casa e prefere a escola! Isso é que é solidão!"... e blablablablablá... Mil coisas passaram na minha cabeça e eu fiquei a tarde toda com aquele aperto. 

Quando eu voltei pro colégio para buscá-lo, achei que ele não ia querer vir ainda, ia estar brincando, correndo, etc e tal... chego lá e o "cidadão" está   D-O-R-M-I-N-D-O!!! Isso mesmo! Eu achando que era a pior das mães porque ele não quis brincar em casa e ele lá, dormindo na escola. 

Só depois caiu a minha ficha: quando eu fui buscá-lo era a troca de turno: crianças do período da manhã e as do período da tarde juntas, no pátio de brinquedos. É óbvio que ele não ia querer ir pra casa. Só depois, quando todos entraram nas salas ou foram embora, ele viu que era melhor dormir - coisa q ele faz em casa. E eu, em casa, culpada por ser uma péssima e desatenciosa mãe. 

Tenho certeza de que essa é só mais uma das muitas situações de culpa que ainda vou vivenciar. Os anos passam depressa e muitas coisas vão acontecer com o desenvolvimento e crescimento do meu filho. E isso vai trazer culpa, é claro. Por mais que seja um pouco irracional, não consigo me desfazer dela. 

Porque será que a culpa acompanha as mães? 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dia do amigo

Tenho poucos amigos verdadeiros. Mas pelo menos sei que são MEUS. 
Tenho me decepcionado muito com outras pessoas - aquelas que se dizem seus amigos e não estão ao seu lado quando você precisa. Fácil ser amigo assim. Mas também tenho amado cada vez mais meus amigos do coração, que se tornaram irmãos de vida e que estão comigo sempre.

Para mim, a frase: "amigo é aquele que sabe tudo sobre você e ainda assim te ama", é mais do que válida.  Por isso, quero agradecer aos amigos que me conhecem de verdade e mesmo assim estão ao meu lado. Que aguentam minhas fraquezas, meus chiliques, meu chororô, meus medos, minha raiva, minha intolerância, meu companheirismo, minha amizade. E, mais do que tudo, quero agradecer aos amigos que suportam me ver feliz e compartilham disso comigo. Isso sim só acontece na verdadeira amizade. 

E, como não podia deixar de ser, quero lembrar da minha amiga Tania, que, entre tantas coisas, durante sua vida me ensinou a ser mais tolerante. E que, mesmo quando estava inconsciente, me ensinou a ter esperança. E que agora, depois de sua partida, continua me ensinando que a vida não é como a gente quer, mas nem por isso ela é ruim. Espero que ela saiba que está presente em meus pensamentos todos os dias. 

Feliz dia do amigo!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O tatu do meu filho

Quem é meu amigo no Facebook conhece algumas pérolas que compartilho. A maioria é dos meus alunos, mas agora que meu filho está crescendo também tem tido umas ótimas. 
Vamos à história de hoje:

Semana passada estávamos lá na casa nova, ajeitando tudo como a gente gosta, quando meu filho, do nada, pergunta:
- Mãe, e se o meu irmão chamar Tatu?
- Tatu? Não filho. Tatu é bicho, não é gente.

Passou.

Hoje, apenas eu e ele na casa nova. Eu, com afazeres, ele, ouvindo música. Do nada surge a pergunta de novo:
- Mãe, e se o meu irmão chamar Tatu?
- De novo isso, Vini? Tatu não é nome de gente, coitado. Imagine você chamando Tatu. Você ia gostar?
- Não.
- Então porque você quer ter um irmão e colocar o nome dele de Tatu?
- É nome, mãe, ele fala na música.
- Que música?
Eu vou contar meu segredo / Falar pro mundo inteiro / Tatu é seu nome / Roubar o seu beijo / Porque eu te amo sem medo.
- Hahahahahahahahahahahahahahahahaha Vini, não é "tatu é seu nome", é "tatuar seu nome".
- Tatuar?
- É, de tatuagem. Tatuar seu nome, filho!!!
- Nossa, mãe!

Nossa mãe digo eu, depois dessa. Ri muito e continuo rindo. Meu marido diz que a cabeça do Vini é igual aquele desenho "Fantástico Mundo de Bob", onde o menininho tem uma imaginação mais do que fértil. Depois desse TATU É SEU NOME, tenho certeza de que ele está certo! :o)

Criança é bom demais! 
Pra quem não conhece a música, o link aqui.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Solidão inversa

Hoje eu acordei e tinha alguma coisa estranha... apalpei minha cama e constatei que eu estava sozinha.
Não tinha o Vinícius com os pés em meu pescoço, nem o Leandro roubando a minha coberta. A cama era minha, só minha. 
Decidi aproveitar aqueles raros momentos no paraíso. Estiquei bem os braços, abri as pernas, peguei todo o espaço da cama. Rolei para os dois lados. Que delícia!
Fiquei ali deitada, sem ter o que fazer. 
E vi o inevitável: ninguém para eu conversar, apertar, abraçar, beijar, fazer cócega.  Ninguém me dando bom dia e beijinhos. 
Só eu, o colchão e as cobertas.
E tudo ficou chato demais. 
Sai correndo dali e fui ver os meus meninos.
Agora sim, estou feliz. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Aposta é aposta

Tudo bem... eu apostei, tenho que pagar... Tá aqui. 
E olha: nem doeu. Só fiquei um pouco fedidinha! hahahaha



Mas já tô pronta pra próxima torcida também: vambora Chelsea!!! :o)




sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tudo é só isso


Tem um livro muito legal, escrito pela jornalista Milly Lacombe, que tem esse título: "Tudo é só isso". Trata-se de uma reunião de crônicas e relatos pessoais que emocionam e nos apresentam ao universo sensível da autora, que até então, era desconhecida para mim. Gosto muito do livro e de quebra, passei a gostar da Milly. Mas a frase que dá nome ao livro não me sai da cabeça há alguns anos, desde que o comprei.

Muitas vezes, em meio a tantos problemas ou a tantos medos - quando acaba, eu penso: "foi só isso?". Porque a gente chora tanto, se estressa tanto, se preocupa tanto e quando passa, fica um vazio, um oco tão grande, que a sensação de "eu sou só isso" é enorme.
O mesmo acontece com coisas boas também. Meu casamento, por exemplo. Foram meses planejando, sonhando, idealizando. E aí, quando aconteceu, foi tão rápido, eu nem vi direito. E fica a sensação: "tudo é só isso".

Na semana passada essa frase me seguiu de novo. Foi um sábado difícil para mim e pro meu irmão de vida. Foi o dia de tirarmos as coisas dela de casa. Meio que um ritual que marca, de uma vez por todas, a sua partida. E de repente, anos e anos de uma vida muito bem vivida estavam lá, em cima de uma cama, sendo separados para doação ou para o lixo. Por mais que cada peça tivesse a presença dela tão forte na gente, eram só coisas materiais, que nada mais servem, de nada mais são úteis. E é aí que a gente entende o significado de: "dessa vida a gente não leva nada".

O que ela foi em vida e o que ela ainda representa pra gente é muito maior do que qualquer coisa que estava em seu guarda-roupa. Em quase duas horas, quase 48 anos de vida foram ensacados e separados. A única coisa palpável dela agora é a nossa saudade, que é tão densa que precisa de um assento a mais no carro.

E quando tiramos tudo, olhamos pros sacos, saímos do quarto, sentamos e choramos. Mas não choramos pelas roupas. Choramos porque agora temos a certeza de que ela não volta. Acabou a ilusão de que ela ainda está no hospital e em breve estará conosco. E depois, choramos por nós mesmos, por não aceitarmos que nem tudo acontece como a gente quer. E choramos porque sentimos muito a falta dela.

Mais tarde, conformados, nos reunimos com os demais - meu marido e meu filho, a filha dela. E rimos a noite toda. Andamos pelo shopping. Comemos a comida árabe que ela adorava. Fizemos planos para as férias, que estão tão próximas. Compramos brinquedos pras crianças. E nos despedimos com um abraço tão forte que diz exatamente o quanto somos importantes um pro outro. Porque ela se foi fisicamente. Mas o que ela deixou está vivo e quer continuar forte.

E os sacos com seus pertences são apenas sacos.
O que ela vale para a gente ficou no nosso coração e na nossa memória.
Porque, afinal de contas, a vida é assim: "tudo é só isso". 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Afinal de contas...

... o que se leva dessa vida é a vida que se leva.


Quando sinto o carinho dos meus alunos e ex-alunos; quando percebo que a troca de amor e respeito é na mesma proporção; quando escuto dizerem que estão com saudade ou então quando me dizem obrigado...


Quando vêm correndo me dar um beijo de bom dia/boa tarde; quando me deixam mensagens carinhosas; quando falamos sobre tudo e sobre nada; quando nossa vida têm pontos em comum; quando vemos que nossa vida não tem nada a ver...


Quando eu escuto que terão saudade de mim (não da matéria) nas férias; quando dizem que sou como uma mãe para eles; quando pedem minha opinião; quando escutam alguma dúvida minha...


Enfim, por tudo o que passamos todos os dias e pelo imenso carinho e amor que tenho pelos meus pequenos (alguns desses pequenos muito mais altos do que eu),  tenho certeza de que tomei a decisão certa há alguns anos, quando escolhi esta profissão. Dinheiro é bom e necessário, que fique bem claro. Mas ser feliz também.


E hoje eu posso dizer que trabalho feliz.


Porque a vida é assim: o que se leva dela é a vida que se leva. 


Obrigada, meus pequenos. Vocês não têm ideia da força que me dão todos os dias para achar que o mundo pode ser um lugar melhor.




quarta-feira, 2 de maio de 2012

Posso fazer um pedido?


Ainda não sonhei com você. Por que será?
Todas as noites eu penso: "hoje vou te ver no meu sonho"... e nada.
Imagino que a jornada aí em cima seja diferente - além, claro, das inúmeras adaptações. Mas venho aqui fazer o mesmo pedido que te faço em oração todos os dias: venha me visitar. Estou morrendo de saudade de ouvir a sua voz e de te ver.
Fala para mim o que você acha sobre tudo o que estou passando, eu quero e preciso da sua opinião. Estou sendo muito incisiva? Você faria o mesmo? Fico meio sem rumo sem saber o que você pensa sobre isso. Os dias não têm sido bons e sua ausência não ajuda.
Também preciso te ver bem de novo. Te ver rindo, saudável. Aquelas imagens ruins ainda estão na minha cabeça, me ajude a tirá-las.
Sei que quando você vier, vai me dar o belo puxão de orelha. Tudo bem, é merecido. Prometi e não estou cumprindo - mas você sabe o porquê. Você viu como eles têm rido ultimamente? E estão lindos, como sempre. Tenho sido dispensável, felizmente.
Aparece por aqui, por favor. Venha me visitar também.
Sinto muito a sua falta. O tempo vai passando e parece que ameniza, mas é só eu parar por um instante e tudo volta. Dor, tristeza, angústia por não poder fazer nada para reverter isso. Saudade. Muita saudade.
Pede uma pausa aí em cima e vem me ver. Preciso de você aqui.
Te amo. 


quinta-feira, 5 de abril de 2012

And the sun will shine




Incrível como há dias em que apenas uma frase da música faz todo o sentido em sua vida.

Enfim, o sol começa a brilhar...






terça-feira, 27 de março de 2012

Uma carta pra você


Ontem eu havia escrito um texto enorme para você e, por algum motivo, não foi salvo.
Talvez porque todo mundo já tenha entendido - até os sistemas do computador - que você não está lendo o que eu escrevo. Que você não me ouve. Que você não está mais aqui.
Acontece que eu também sei disso. Mas não aceito.

E hoje é o seu aniversário. E eu vim até aqui para te dar os parabéns.

Espero que os anjos estejam fazendo a festa que você merece - a mesma que planejamos em outubro do ano passado, quando estávamos falando de idade e você disse que tinha 47, corpo de 15 e que em março, se Deus quisesse, completaria 48 em março. Ele não quis e, sabe-se lá, tinha seus motivos. Tenho certeza de que nunca mais vou sorrir neste dia. 

Sinto muito a sua falta, amiga. Estou precisando MUITO de você aqui, dos seus conselhos, da sua voz, da sua companhia. Não acredito que pela primeira vez, em nove anos, não estaremos juntas nesta comemoração. 

Daí de cima você deve estar vendo tudo o que está acontecendo comigo, né? As coisas não têm estado fáceis e você sabe bem do que estou falando. A cada novo dia fico procurando forças não sei onde para continuar, mas acho que logo passa... estou torcendo por isso. Seria mais fácil passar por esta fase com você aqui.

Ainda dói tanto, Tâ. 
Espero que o seu dia esteja sendo bom nesta sua nova jornada. 
Feliz aniversário, amiga. Que os anjos sempre lhe digam amém.

sábado, 24 de março de 2012

Sobre a fé e outras coisas

Ando duvidando da fé, diante de dias tão difíceis e não faço segredo disso.
Então me disseram que é exatamente nestes momentos em que a gente coloca nossa fé à prova; que é fácil crer quando se está feliz.
Faz sentido. Comecei a pensar nisso. E então me dei conta de que nunca tive fé. 

Isso sim é muito triste.

Quando eu fiz 30 anos comecei rever alguns conceitos. Tirei algumas pessoas da minha vida, mantive outras, estreitei relacionamento com quem eu não queria que saísse. Tomei a decisão de não me importar mais com certas coisas - na certeza de que isso me faria uma pessoa madura. Fiz desta data um ritual de passagem. 

Acabou mesmo a fase em que posso errar, acabou minha adolescência tardia, a predileção por coisas rosas e Hello Kitty, deixei pra trás a vontade gritar em montanhas russas. Um dia após o meu aniversário eu queria acordar madura, nova e diante de perspectivas.
Mas nada disso aconteceu, como se sabe e se percebe.
No dia 24 de setembro de 2011 eu acordei e tudo estava igual. Inclusive os meus medos. Para onde foi a tão esperada maturidade? Cadê a fé que devia estar aqui? 

E então, a vida nos coloca provas. Além da perda irreparável de minha amiga Tania (eu sei, estou sendo repetitiva, mas não tem um dia em que eu não pense nela e não sofra sua ausência), a gente percebe que não vive no mundo cor-de-rosa que imagina.

Os problemas continuam a bater à sua porta, mesmo que você os ignore. 
E eu percebi que dói muito mais perder uma pessoa que está viva. Você se sente oca, sem perspectiva, sem realidade, sem chão.

E aí você percebe que não tem mais jeito quando quem está morta é você mesma. 

Não há fé que resista ao descaso. 






sexta-feira, 16 de março de 2012

Escuridão

Eu tenho medo do escuro. A preposição é esta mesmo: DO escuro e não DE escuro.
O que muda? Tudo!
Eu não tenho medo de ficar no escuro, mas sim do que o escuro faz comigo.
Não poder ver aonde estou, mesmo conhecendo o ambiente iluminado, faz com que eu me sinta perdida.
Pior, tira meu chão.
O escuro traz o abismo e com ele vêm os pensamentos ruins. 
Tudo parece mais perigoso no escuro.

Por favor, me ajude a acender a luz.
Tô com medo aqui.




domingo, 11 de março de 2012

Solidão

Tenho me sentido muito sozinha e não sei por qual motivo; todos os dias tenho muitas pessoas à minha volta.
São sensações dispersas de solidão que vão embora da mesma forma que vêm: rapidamente. O problema é que quando vão embora, deixam um vazio difícil de ser preenchido.


Ando melancólica, mal-humorada, oscilante, chorosa. E não é TPM. 


Sabe quando tem um "tique" dentro de você dizendo que alguma coisa precisa mudar? Então.
O problema é que eu não sei o que é. 


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

30 dias


Faz 30 dias que você se foi e parece que faz 30 anos de tanta saudade que eu sinto.

Estou tentando viver num mundo em que você não existe mais, tentando acreditar que você realmente está num lugar melhor, sem dor, na luz.

Todos me dizem que um dia esta dor vai passar, que ficará apenas a saudade e a lembrança dos bons momentos que tivemos juntas. Crer nisso é o que me faz forte.

Você precisa me perdoar por estar sendo tão fraca. Não tenho cumprido o que te prometi por total falta de coragem, mas juro que vou fazê-lo.

Estou tentando aceitar tudo o que aconteceu ainda.

Faz 30 dias que você se foi.
Não tem um dia em que eu não pense em você.
Te amo.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cedo ou Tarde

Diante de dias extremamente difíceis e de uma perda irreparável na minha vida, alem de ficar o dia todo pensando na minha amiga que se foi, não me sai da cabeça uma música chamada "Cedo ou Tarde", do NX Zero.

Ouvi o vocalista dizer que a letra foi feita em homenagem ao pai de um dos integrantes da banda, que também partiu cedo demais, e agora tenho feito desta letra o meu consolo.

Nunca pensei que viveria dias tão tristes, que sentiria um vazio tão absurdamente oco no peito. É como se todos os dias fossem iguais. A gente tenta rir e tocar adiante, afinal, a vida continua, mas quando eu fico sozinha bate aquela angústia.

Será que um dia este sentimento vai ter fim? Será que essa dor cessa?

Em respeito e amor ao meu filho, estamos tocando adiante sua festa de aniversário, fechada e prometida desde julho passado. De algum lugar tiraremos forças para esta comemoração, principalmente porque eu sei que era isso o que ela queria que fosse feito.

Tania, minha amiga tão querida, me sinto só, mas sei que não estou pois levo você no pensamento... cedo ou tarde a gente vai se encontrar, tenho certeza numa bem melhor.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Go home

Uma das músicas que eu mais gosto da Legião Urbana é "Por enquanto".
Eu sei que ficou mais conhecida - e boa também - com a Cássia Eller, mas eu sou das antigas e para mim será sempre Legião.

Por que estou falando disso? Neste momento absurdamente monótono da minha vida tudo o que consigo pensar é que realmente mudaram as estações e nada mudou. Mesmo estando tudo assim, tão diferente.

Você também tem esta sensação de que o sempre, sempre acaba? Quantas coisas você jurou ser pra sempre e hoje nem lembra mais? Quantas amizades, quantos amores, quantas decisões, quantas dietas? Nem consigo contabilizar.

Confesso que já falei muito "pra sempre" e nem lembro pra quem. Efêmera como todo ser humano, portanto, não me crucifique. No entanto, entre tantas coisas iguais que parecem diferentes, me ocorre uma felicidade absurda por estar indo para a casa do meu pai.

Viajar, novos ares, nova casa e o melhor: meu pai, só meu, só pra mim. A casa dele é nova, vou conhecer e também será a primeira vez do meu filho no Rio de Janeiro.

Mesmo assim, como na música, o sentimento é o mesmo: "agora tanto faz, estamos indo de volta pra casa".

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O Balanço


Não tem como fugir do lugar-comum. Começo de ano é hora de reavaliar, repensar, rever, re re re...
Desta vez, para mim, é diferente por um único motivo: 2011 foi um ano muito ruim. Tive pouquíssimas alegrias e muitas, muitas tristezas.
Vi pessoas com quem cresci e convivi irem embora antes da hora, sofri muito com a doença de uma pessoa que amo muito, fiz uma péssima troca de emprego, não estudei o que queria estudar, não emagreci o que queria emagrecer, não viajei para onde tinha planejado, não mudei de casa, não fiz a festa de 30 anos que havia planejado, não não não.

2011 foi cheio de nãos.

Sendo assim, fica fácil pra 2012 ser bom. Ele nem tem que superar muita expectativa – é só ser básico e mais positivo.

Está dada a largada.  

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ela

Todo mundo sempre esperava por sua chegada. Ela era a pessoa que animava, que resolvia, que unia. Não tinha encontro sem ela, não havia planos sem que ela dissesse como fazer. Porque ela sempre soube mais do que todo mundo. E sempre soube conduzir.
Tinha defeitos, claro e, às vezes, as pessoas falavam sobre certas atitudes. Mas ela nem ligava, parecia - e realmente era - indiferente a isso. Personalidade forte.
Mãe, esposa, amiga, tia, madrinha, irmã. Tudo isso numa pessoa só. E ainda usava salto, trabalhava fora e comandava a casa. Todo mundo a via como o alicerce daquela família.
Até que um dia, Deus – se é que ele realmente existe – decidiu acabar com isso. Deve ter tido os seus motivos - e ninguém nunca entendeu quais. De uma hora para a outra, tirou-lhe a dignidade e deu-lhe o pior de todos os castigos: aquele que não tem cura. E não houve dinheiro neste mundo que conseguisse reverter esta situação.
Parece que quando Deus decide desmoronar a vida de alguém, ele não faz meio serviço.
No começo havia esperança, luz. E ainda era possível tirar-lhe alguns sorrisos. Ainda era possível tentar reunir as pessoas à sua volta e tentar ver a vida como ela era antes deste turbilhão. Mas Ele não estava para brincadeira. E pouco a pouco foi lhe tirando o brilho, a dignidade, a força e enfim, quase lhe tira a vida.
O que Ele não esperava é que contra a Sua vontade há um batalhão de pessoas. Gente esperando que ela ganhe esta batalha e que está torcendo, com todas as forças possíveis, para que este pesadelo acabe logo. Este Deus tão misterioso não conseguiu tirar algo do coração dela e nem dos que a amam: a esperança.
A dignidade de alguém se mede em quê? Eu não sei dizer. Sou mera espectadora desta história que espero que tenha um fim sem dor. Mas eu sei que ela é mais forte do que isso. As pessoas sentem suas dores quando a olham e se pudessem, dividiam-na para que ela sofra menos. Se isso não é amor, eu não sei o que pode ser. E desde pequena a gente escuta: só o amor vence. Diziam também que a fé move montanhas – mas esta ninguém tem mais. Resta o amor e a esperança.
Nosso desejo é que num futuro próximo todos parem de usar verbos no passado para se referir a ela. Porque ela está aí, vivendo, lutando. E esta esperança ninguém pode nos tirar.