sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dia 18: Um poema

Aí sim estamos falando a minha língua!
Este tema eu domino e ficaria por dias aqui só falando sobre meus poemas favoritos.

Mas, como o objetivo não é este, vou discorrer sobre um poema da Clarice Lispector que sempre lembro.
Conheci-o em um momento da minha em que ele foi bastante propício e nunca mais esqueci destas palavras. Porque às vezes a vida da gente é assim mesmo: estamos em uma relação/emprego sem saber por quê: é comodismo, preguiça e medo de procurar o novo. No entanto, como em tudo na vida, é preciso coragem para seguir em frente, procurar novos caminhos e seguir nossos ideais. Às vezes, tudo o que temos é realmente um tripé do qual estamos acostumados, mas que, quando tiramos esta terceira perna, percebemos que continuamos firmes.

É lição de vida em forma de poesia. Simples assim. 

"Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com as duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar".