quinta-feira, 26 de maio de 2011

A descoberta

Já disse aqui uma vez que estar próxima dos 30 anos não tem me deixado muito à vontade.
Sei que é uma coisa psicológica e é uma data importante, já que, teoricamente, marca um novo início, mas é aquela coisa: depois dos 30 a única coisa que te espera é a chegada dos "enta"- fase da qual você sai com a morte - ou, o que é pouco provável - se viver cem anos. 

E você descobre que está ficando velha quando sente umas dores de cabeça nunca antes apresentada. Dá uma vertigem, um horror de ficar no claro, porque está tudo "solto" lá dentro. Então você vai ao médico e ouve: vamos fazer uns exames porque os sintomas são de labirintite ou enxaqueca.

Duas palavrinhas novas no seu dia-a-dia. Fala sério, quem se preocuparia com isso aos 20 anos? Mas agora, esta é uma realidade. Remédios, soros, seringas e exames depois, vem o diagnóstico: enxaqueca "braba". Nada de luz, barulho, movimentações. Repouso completo e absoluto por dois dias. 

Alguém explica para este médico que eu tenho um filho de 4 anos? Ah, claro, alguém conta que eu tenho mais de 200 alunos me esperando nos próximos dias? Teoricamente, nada disso interessa. Faça o repouso, melhore e então, volte 100%. 

E com a descoberta desta enxaqueca, marco definitivamente minha chegada aos 30 anos. E fica o desejo de que, nos próximos meses, a chegada a esta idade traga, enfim, coisas boas.